quinta-feira, 6 de junho de 2013

É amanhã!

Nervosismo, ansiedade, alivio, curiosidade, emoção!
Tanta coisa junta... tantas emoções. Em pensar que em 24 horas poderei estar com a minha mocinha no colo, conhecendo-a, cheirando-a, tocando-a!

Olho para minha barriga e juro que já sinto saudades. Nunca achei que diria isso um dia. Não gostava de estar gravida na primeira gravidez, já nessa, me sinto plena, linda e feliz.
É triste pensar que esse é meu ultimo dia gravida, pois não está em meus planos engravidar novamente... então, é meu ultimo dia! Vontade de parar no tempo, curtir cada segundinho.

Sei que aproveitei muito esses meses todos. Reclamei muito pouco e a cada mexida dela eu me sentia mais plena e feliz. Gravidez é uma benção, e me sinto a pessoa mais estupida do mundo olhando para traz e vendo que poderia ter aproveitado muito mais a gravidez do Dudu.
Me preocupava tanto com as mudanças no corpo, em se eu seria uma boa mãe, em como seria a vida depois da chegada de uma criança, que quando dei por mim, estava louca para engravidar novamente e poder curtir de verdade uma gravidez.

Pensando nisso, quero curtir horrores os momentos da amamentação, que antes eu achava chato e trabalhoso, haja vista que eu tinha muito leite e me sentia uma mamadeira ambulante e que cheirava a leite mesmo após o banho... hehe Agora quero ver o lado bom e lindo disso tudo.
Pegar muito no colo e curtir cada segundinho a minha licença com meus pequenos, sem se preocupar se tem louça na pia ou se ainda não varri o chão.

Tudo passa tão rápido e depois bate uma saudade insana...
Não quero me arrepender de não ter feito. E pelo menos a gravidez sei que curti demais... me amei demais e me despeço desse barrigão orgulhosa e feliz por Deus ter me dado mais uma oportunidade de carregar em mim uma vida.

É amanhã, Milena... mas se quiser, hoje ainda dá tempo!!!!

(...)

Tô louco pra te ver chegar
Tô louco pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas
Pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo

(...)


Beijinhos contando os segundos,

terça-feira, 4 de junho de 2013

38 Semanas e uma Difícil Decisão

É engraçado como achamos que somos os donos da verdade. Como acreditamos que existam formulas e receitas de bolo para tudo. Subestimamos mesmo, tudo, até a natureza.
Dudu nasceu de 37 semanas, já disse isso infinitas vezes. Na minha cabecinha, Milena não passaria disso. Principalmente depois do susto às 34 semanas. Achei pouco provável que passasse das 36. E eis que chego as 38 semanas, o que pra mim é algo inédito.

No entanto, Marido faz cirurgia semana que vem. E como é que faz?

Pensei na possibilidade da indução... Mas não algo pensado e amadurecido. Peguei o telefone, liguei para ele pouco antes da consulta e comentei meu insight... ele concordou.

Explico: Não terá ninguém que possa ficar conosco no período de recuperação - meu e dele. Meu pai recém quebrou o fêmur, minha mãe está 24h por dia cuidando dele, E, mora há 40km da minha casa. Minha sogra, recém operou a coluna.... sem comentários. O resto do povo disponível trabalha... ou seja, só restamos nós. Marido não sabe mais o que é não sentir dor. Não dorme, mal consegue andar, cada vez a mobilidade dele está menor e a possibilidade dele postergar essa cirurgia é meio desumano, sem contar que está de atestado do trabalho há duas semanas, e ficará mais uns 4 meses em casa pós-cirurgia...

Ontem então, eu tinha uma cardiotocografia logo após o almoço, onde deu tudo certinho... A Milena está com os batimentos dentro da normalidade e tive uma contração durante o exame. Ou seja, tudo ótimo.
Saindo do exame, fui direto para a consulta.
Cheguei e já fui atendida. Ainda perdendo o tampão (sou anormal, fico 4 semanas perdendo o tampão.... sério, nunca vi disso), e com 5 cm de dilatação. No momento do toque a minha querida médica fez o descolamento de membranas..... E me avisou só depois que terminou o “ato”. Doeu. Muito. Fisicamente falando, e vendo a luva cheia de sangue e pensar que ela poderia ter me questionado a respeito e que obviamente eu diria não, doeu ainda mais.
Me senti invadida, violada... Uma dor inexplicável.
Mas OK, era para agilizar as coisas... para ver se teríamos mais progresso. OK? Tabom, OK. Mas mesmo assim me senti péssima.

Depois disso, comentei com ela a questão da indução, da possibilidade. Ela disse que poderíamos tentar na sexta, dia 07/06, as 8h, eu internaria e faríamos a indução.
Pesquisei depois o assunto, e vi que a indução gera um alto índice de cesárea, mas nos casos em que há pouca dilatação. No meu caso, com 5cm (a meio caminho andado), seria algo mais simples e rápido.

Desde o inicio da gravidez, pretendia fazer o parto sem analgesia e sem episio (a do Dudu foi com, e não achei legal a recuperação...). A minha médica disse que havendo necessidade ela fará sim (arrependimento de não ter buscado um medico a favor do parto humanizado), mas que sabe da minha vontade e avaliará a situação na hora.
Também não queria saber da ocitocina, onde no do Dudu, cheguei no hospital com 6 de dilatação e aplicaram a dita cuja... estourou a bolsa e implorei por analgesia. Nesse parto, eu gostaria que as coisas andassem por si só. Ocitocina aumenta a dor das contrações.... Ou seja, tudo será meio (MUITO) diferente do que eu gostaria.

Provavelmente será sim com ocitocina ( parto induzido, certo?!) e só Deus sabe se darei conta da fazê-lo sem a analgesia.
Só Deus sabe de muita coisa. E a gente (EU) precisa aprender isso....

OK, voltando... depois que saí do consultório, com um nó na garganta, fui liberar a guia de internação, e entrei no carro para ir pra casa, passei a chorar. Inconsolável e incontrolavelmente.
Um sentimento de culpa, de derrota, de trapaça, tomou conta de mim. Em estar ‘indo contra a natureza’. De não estar respeitando a vontade da Milena em querer vir ao mundo quando ela bem entender, de estar desrespeitando-a. Um sentimento muito triste, e ao mesmo tempo, consegui me dar conta o tamanho do amor que já tenho por ela.

Sempre achei muito taxativo falar em amar um ser que sequer conhecemos. Amamos, claro, mas nada surreal, e acho que o laço se completa mesmo ao conhecermos, no momento pele a pele mesmo, no dia a dia. Tanto que me considerava um monstro na gravidez do Dudu pois não me sentia a gravida mais paz e amor do mundo... e amor de verdade mesmo, senti no momento do parto, no primeiro olhar, no primeiro toque.
No entanto, ontem eu senti esse amor indescritível.... uma vontade de proteger, de respeitar, de amparar e defender de tudo e todos, e ao mesmo tempo a dor em ter que optar pelo mais sensato, em também poupar o Marido, meu outro amor. Uma decisão difícil e dolorida...

Cheguei em casa aos prantos e conversando com o Marido, ele me alertou de uma coisa: já desrespeitamos a vontade dela... Se deixássemos só a natureza se encarregar das coisas, ela teria nascido de 33 para 34 semanas. Agora é um pouco diferente, pois ela está prontinha, e não corre risco nenhum.
Foram as palavras que me acalmaram. Sendo bem racional, a verdade é essa. Intervimos na vontade dela, claro, tentando preserva-la, afinal, sendo prematura ela corria N riscos.

É difícil julgar e definir o que é melhor para nós mesmos. Isso só me faz ter uma certeza ainda maior: não devemos julgar as decisões dos outros, pois só nós mesmos sabemos os motivos que nos levam a tomar certas decisões.
Se alguém opta por fazer cesárea pelo motivo A ou B, você que é defensora ferrenha do parto normal, humanizado ou afins, não julgue... ninguém está no lugar do outro para saber o que é melhor para si. E independente das nossas escolhas, o fazemos achando que é o melhor, ou a melhor alternativa. (ou vice-versa... tem quem julgue a cesárea a melhor opção... opinião: cada um com a sua...)
Eu, Fernanda, no mundo perfeito, optaria por um parto humanizado, com zero intervenções e tudo lindo e perfeito... Mas é algo totalmente fora da MINHA realidade, por N motivos. Optei por um parto normal, que EU acredito ser o melhor para mim e para a bebê. Se por algum motivo, acontecer algum imprevisto, também não vou me opor à cesárea...

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Para Milena:

Filha... sei que pedi muito para que você esperasse mais algumas semanas antes de vir ao mundo... Era perigoso e arriscado você chegar naquele período, como já te expliquei.
Você já cresceu, está mais forte e resistente... Conforme conversamos, que pode vir assim que se sentir preparada.
Papai está dodói, e sentindo muitas dores, e quer muito conhecer você antes de fazer uma cirurgia... poder te pegar no colo e aproveitar seus primeiros dias em casa. Com isso, talvez você chegue um pouco antes do que você estava prevendo... Até sexta-feira iremos nos olhar pela primeira vez. Já sinto seu corpinho serelepe em mim, e você já conhece meu calor e minha voz, mas iremos nos olhar... nos sentir, nos cheirar... coisas que você ainda não conhece mas que será mágico e emocionante. Irá mamar pela primeira vez e sentir um gostinho especial, diferente do sabor do liquido que fica à sua volta. Irá também conhecer seu irmãozinho, que está ansioso pela sua chegada.
Vai conhecer seu Papai, aquela voz que te deixa toda saltitante da barriga da Mamãe, e sentir o toque dele.

Todos te amamos muito, e queremos que sua chegada seja o mais tranquila possível.
Venha Milena, estamos te esperando!!!!



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Beijos já mais aliviados,

Fer