.:.
Este, posso dizer com todas as letras, que será o melhor Dia das Mães pra mim.
Mas Fer, o Dudu já tem 3 anos, será teu 4° dia das Mães, certo? Certo! Mas será o melhor mesmo assim.
Conto o porquê.
Não sou do tipo de pessoa que idolatra crianças. Acho fofinho, bonitinho e tals... mas nunca fui aquela pessoa que o sonho mor era o de ser mãe. Nunca soube brincar com os pequenos, nem era a pessoa mais cativante para eles... Eram as crianças lá e eu aqui, tímida e um pouco assustada. Se era criança do tipo sem limites, então... não queria nem muito contato. Até cheguei a me afastar de uma super amiga por conta de um filho totalmente sem limites. Até hoje dói esse afastamento. Ainda mantemos contato, mas esfriou... ela se afastou (pois o pequeno destruía sempre alguma coisa na minha casa), e eu me afastei (era criança fazendo arte o tempo todo e ela vendo tudo e não fazendo nada, isso era desconfortável demais, para ambas).
Então que me casei e a vontade apareceu, aí resolvemos ter um filho.
A maternidade muda SIM a pessoa. E instinto materno floresce, você passa a amar um serzinho que nem conhece ainda, e quando nasce, parece que você sempre foi mãe. AMO incondicionalmente meu Dudu, vocês já devem ter percebido, mas juro que continuo meio bicho do mato com os dos outros... Até minha afilhadinha-sobrinha não tenho muito jeito para lidar... parece que nunca tive filho na mesma idade e simplesmente não tenho jeito, não sei brincar ou interagir....meio estranho, coisa de se resolver com terapia mesmo... enfim....
Com o Dudu, nunca precisei da ajuda de ninguém (do Marido, claro), mesmo sem nunca ter dado banho em nenhuma criança na vida.... sempre tive segurança para cuidar, dar de comer e brincar... Sempre tive medo que o Marido fosse um Pai do tipo enfeite... que não ajuda em nada. Aí resolvi incluir sempre ele nas atividades e dividíamos as tarefas com o Dudu sempre. Banho, sempre foi ele quem deu. Isso, claro, estreitou e muito o contato e o laço dos dois.
Também sempre fui muito dura... cheia de regras e ‘nãos’. Não pegar no colo (eu dava mamá e colocava novamente no berço, sofá ou afins), não mimar, não dormir na cama conosco, não isso ou aquilo... e limites... muitos!
O resultado? Dudu nunca foi grude comigo. Sempre invejei as amigas dizendo que não podiam ir ao banheiro...O Pai sempre foi o preferido em tudo. Se estávamos em um lugar, e ele pedia colo, o meu não servia. Se tinha pesadelo à noite, era o Pai que ele chamava...E eu, sempre me sentia uma mãe de merda. Sempre achei que nunca sentiria o retorno do amor que eu tinha por ele, vindo dele...
Frustrante, e triste, né? Foi difícil, muito difícil!!!
Claro que tinha (tem) o lado positivo... O Marido foi um Pai fantástico desde o primeiro dia... Divide muito bem as tarefas comigo, e deixo ele com o Dudu sempre quando eu preciso sem a menor preocupação, e o Dudu fica numa boa. Saio com minhas amigas, o Marido já viajou com ele sem mim, enfim... tenho liberdade, que minhas amigas (as invejadas), não têm.
Marido sempre conversou muito comigo a respeito... Onde ele achava que eu poderia mudar, e fui fazendo o possível...
Outra coisa que mudou nesse ano, com a mudança da escola, sou eu quem leva e busca (antes era a Avó)... Também encho de carinhos, brinco mais (não que antes eu não brincasse, mas antes eram brincadeiras mais pedagógicas, mais para ensinar algo. Agora é mais bagunça, coisa de menino mesmo). Converso bastante com ele, e os ‘nãos’ são para algo realmente errado.
Resultado: hoje já sinto o amor dele por mim. Não que antes ele não me amasse e tal, mas já sinto ele mais próximo, e preferindo ficar comigo a ficar com o Pai. Chamando por mim quando está com o Pai. Coisas bobas e pequenas, mas que pra mim possuem um significado muito grande. O Marido mesmo esses dias ficou de bico pois o Dudu disse que ia assistir desenho comigo, e o Pai iria ficar na cozinha.... Marido ficou todo sentido. Eu fiquei mega feliz!
Antes, eu queria muito ter um segundo filho para tentar fazer diferente e suprir minha carência de um amor que eu não havia tido retribuição.
Hoje eu continuo com a mesma ideia, sabendo que se sentir amada por um filho é uma benção sem tamanho, e eu mereço ser amada por dois....
Então, mamães de primeira viagem: queimem livros, exorcizem Encantadoras de Bebês, e sigam o seu coração.
Colo não vicia, aproxima. Dormir na mesma cama é troca de carinho. Dividir com o Papai é bom e saudável, mas não deixe ele virar Mãe, DIVIDA.... Ter regras é importante, mas regras que somem, e não que separem. Rotina é imprescindível, mas a bagunça é boa demais!
Vou fazer muita coisa, com o próximo filho, igual ao que fiz com o Dudu sim, pois não há quem não elogie a educação, a esperteza e o quão carinhoso ele é... Por outro lado, vou errar para acertar outras coisas.
Há formula perfeita? Não mesmo. Filhos não são receita de bolo. São seres humanos. E definitivamente não há certo ou errado.
E nós mães, independente da maneira que criamos nossos filhos, com muitos limites ou totalmente sem, o fazemos pois acreditamos ser o melhor para eles... então não julgue... Só estamos sendo mães.
Por isso tudo, e por agora estar me sentindo mais mãe que nunca, é que pra mim, esse é o melhor Dia Das Mães que já tive....
Desejo à você que já é mamãe ou que será em breve, um dia das mães iluminado e cheio de amor de Mãe e de Filho.
Beijão,
Da Mamãe,
Fer